Devido à perda da "Escola do Saraiva", o Padre José Mansinho havia solicitado aos governantes não só uma outra escola, mas também, o aumento de mais uma sala de aulas para o sexo feminino. Esta necessidade foi atendida e a mesma começou a funcionar em Abril deste ano. É que, segundo dados estatísticos feitos por este laborioso sacerdote, desde o ano transacto até ao fecho estatístico anual, a população havia aumentado 49 pessoas, mas das casas, sempre pobres, apenas foram feitas seis unidades!
Continuando a depender apenas do seu inseguro rendimento, sempre bastante pobre, era a Junta de Freguesia que ia, de uma forma bastante periclitante, tentando fazer alguma coisa que demonstrasse que, na realidade, algo se tentava fazer.
Foi por esta construído um lavadouro público na zona do Fogo - embora ainda não existisse água canalizada mas foi aproveitado um pequeno caudal de água insalubre - que o povo bastante louvou, porque realmente era um melhoramento.
Neste ano, a Câmara Municipal da Povoação, por razões óbvias, mandou abrir o ainda hoje actual caminho que liga as traseiras da igreja à praia do Fogo.
Com os túneis a funcionar e a experiência de alguns pescadores desta localidade na pesca industrial, nem por isso houveram notórias transformações nos rendimentos das famílias dos mesmos, porque a pesca então não criava qualquer riqueza, nem mesmo para os industriais.
Quer por efeitos traumáticos - o povo da Ribeira Quente sempre foi muito sensível aos graves acontecimentos - quer pelo não aparecimento nos mares dos Açores por um período de quase sete anos, do atum, o que deu origem a um descontentamento entre pescadores e industriais - a Corretora já possuía em 1947, sete lanchas, a Clara, a Columba, a Santo Cristo, a Santa Rita, a Bárbara Assunção, a Valentina e a Luís Costa, onde alguns pescadores da Ribeira Quente trabalhavam - logicamente sumiram-se neste período, muitos irrealizados sonhos.
Melhor estruturada, a Sociedade Corretora, que já vinha lançada desde 1940/41 em outras experiências sem ser as do mar, ao adquirir em 1944 a fábrica Dias & Dias de Vila Franca, a Salga e Salmoura, a Laurénio Tavares, quando se lançou, em 1944 à construção da fabrica de Rosto do Cão (S. Roque), fê-lo na esperança de ver crescer aquilo que já era promissor, mas que, na realidade, não foi.
Ainda assim foi a única empresa que se pôde equilibrar porque veio mais tarde a alargar a sua frota, desde 1953 até 1965, tendo comprado em 1963 a fábrica da firma Lopes, as fábricas Calheta e Santa Maria. Isto não assegurava o futuro dos pescadores da Ribeira Quente, mas deu origem a que alguns destes tivessem alternativas.
De 1947 a 1950 houve como que um interregno de não iniciativas.
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