quarta-feira, 19 de maio de 2010

O LUGAR DO AGRIÃO


A Ribeira Quente é uma freguesia portuguesa do concelho da Povoação, com 9,88 km² de área, 798 habitantes (2001) e densidade de 80,8 hab/km².
A Ribeira Quente foi elevada à categoria de freguesia a 24 de Junho de 1943 pelo decreto-lei n.º 32867 da então Direcção Geral da Administração Política e Civil do Ministério do Interior.
Esta Freguesia tem o seu limite a nascente com a Ribeira do Agrião.
A Ribeira Quente no século XVI era uma continuidade de Ponta Garça, sendo usada por muitos vizinhos desta mesma freguesia e de gente rica de Vila Franca do Campo, que foram plantando vinhas e árvores de frutos que frutificavam abundantemente.


Formou-se assim um lugar frequentado de Verão pelos proprietários das referidas terras, incluindo as da Ribeira do Agrião, que para lá iam, na época das colheitas e vindimas e por outras pessoas atraídas pelo pitoresco do sitio e da beira-mar, e lá veraneavam. A Ribeira Quente era nesses anos iniciais do povoamento, antes de mais, e parece-nos importante frisar este ponto, lugar de veraneio das gentes abastadas de Vila Franca do Campo, Ponta Garça, Furnas e Povoação.

O Solar e a Capelinha do Senhor da Aflição – pelos populares conhecida pela Capelinha do Senhor dos Aflitos devem ter sido construídos entre os séculos XVI ou XVII. O magnifico Forte que ainda hoje lá se encontra fora construindo um pouco mais tarde e com pedra vinda por barcos de Vila Franca do Campo.
Esta propriedade era propriedade do Dr. Jacinto de Vasconcelos Franco e na actualidade de um dos seus herdeiros Sr. Luís Vasconcelos Franco.
Apesar de não encontrar-mos nenhum testemunho escrito e o deve haver em arquivos de família e nos registos dos livros de Visitas que se encontram no arquivo da Igreja Paroquial de Ribeira Quente, pensa-se que a sua construção situa-se como acima já referi entre os séculos XVI e XVII, quando a ilha e as localidades entre Faial da Terra e da Ribeira Quente eram assoladas pelos piratas, que ai desembarcavam, saqueavam, incendiavam e matavam os seus habitantes indefesos.

Trata-se dum oratório particular dos donos do lugar e da sua vizinhança, que muitas vezes e ainda hoje lá vão em romaria, pelos trilhos da Ribeira e da Lobeira, pagar as suas promessas, fazer as suas orações a pedir-lhe diversas graças em horas de aflição.
No interior da Capelinha existe um altar simples em pedra trabalhada à mão e com um crucifixo com o Cristo agonizante e em aflição que segundo diz uma lenda antiga pelo mar encalhou no calhau da Ribeira do Agrião. Existem também de grande valor histórico duas telas rectangulares com as figuras de São Pedro e São Paulo, bem como o relógio solar ao cimo da Capelinha.

No começo da década de setenta já existia uma casa de veraneio alcandorada no principio das rochas da falésia do atalho da Ponta do Garajau, pertencente à família Franco, velha proprietária de toda a vertente poente do lado da Ribeira do Agrião.

Na Paróquia de São Lourenço de Bustos (Continente Português) existe uma Capela com uma imagem do Senhor dos Aflitos do ano de 1818. Observando os crucifixos do Senhor dos Aflitos da Ribeira do Agrião e de São Lourenço de Bustos verificamos muitas semelhanças entre eles.