Blog sobre a História da Freguesia da Ribeira Quente, Concelho da Povoação, Ilha de São Miguel - Açores.
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
RIBEIRA QUENTE - ASPECTO CULTURAL 2
Mas porque haviam muitas mais metas a atingir, muitas vertentes para subir e descer, veio a nascer um centro social na Ribeira Quente que foi a pedra fundamental para a grande transformação social que se veio a verificar nesta localidade.
Embora inicialmente improvisado, o hoje verdadeiro Centro Social foi feito no ano de 1996 com auxílios da Câmara Municipal da Povoação, Instituto de Acção Social e Santa Casa da Misericórdia da Povoação.
Este Centro Social - que é a maior obra de vulto depois da Igreja Paroquial - é, na realidade, um valioso marco histórico onde assenta uma sã vida social e cultural abrangente.
A Revolução de Abril não foi o mote visto que já antes havia trabalho feito, mas foi mais uma pedra que veio alicerçar algo que depois foi feito e tornado realidade condicionada: o Porto de mar desta terra esquecida.
Novamente recuando no tempo, vamos verificar que a criação na Vila da Povoação, da "Escola Preparatória Maria Isabel do Carmo Medeiros", instituida, como já foi dito, devido à imensa benemerência de um sacerdote filho desta Vila, e à incansável força de vontade de um outro sacerdote também filho da mesma, que havia sonhado um dia poder ver na sua Vila algo mais do que escolas primárias, foi e é a mais relevante estrutura de sempre que contribuíu para a formação dos jovens do concelho, incluso os da Ribeira Quente.
Como sempre, oportuno e incansável, o Padre Silvino veio a tirar também desta escola, valores que lhe foram incomensuráveis: os das promoções da mocidade ao seu cuidado.
(O Serviço Regional de Estatística do ano de 1991, diz que, naquele ano, a população da Ribeira Quente, que era de 998 habitantes, tinha 496 com a instrução primária, 190 com o Ensino Preparatório, 53 com o Ensino Secundário e dois com outros graus de ensino, que denota um elevado grau de aproveitamento).
O Padre Silvino pertenceu a uma equipa sacerdotal, G.R.P. (Grupo de Reflexão e Acção Pastoral) desde a sua fundação. Serviu-se deste Grupo para reciclar e manter sempre actual a informação sobre problemas de Pastoral.
As múltiplas actividades de ordem pastoral, através de vários movimentos de apostolado existentes na paróquia, fizeram do pároco uma pessoa bastante ocupada.
Em 1994 foi nomeado Ouvidor Eclesiástico da Ouvidoria de Povoação.
Na qualidade de pároco está-lhe inerente a Presidência do Centro Social Paroquial da Ribeira Quente, que ele próprio constituíu como resposta aos múltiplos problemas sociais, bem manifestos na comunidade que oferecia uma imagem de abandono.
Este Centro, em 1986 e 1987, candidatou-se a dois projectos do Fundo Comunitário Europeu (F.S.E.) para Agentes de Desenvolvimento e Animadores Sócio-Culturais, atingindo formandos de todo o concelho.
Em 1995 é Promotor da Iniciativa NOW I e de 1996 a 1999 tem a NOW II de nome PRATIKAS, atingindo vários concelhos da Ilha.
Ainda neste Centro nasce a TERRA-MAR, Associação Para o Desenvolvimento Local.
Em Setembro de 1997 o Centro foi promotor de um Projecto de Luta Contra a Pobreza, para todo o Concelho de Povoação, o qual tomou o nome de VALORIZAR e que se estenderá até ao fim de 1999.
Como consequência de toda esta dinâmica, os Agentes de Desenvolvimento e Animadores Sócio-Culturais, depois de se dirigirem à Câmara Municipal, arrancavam com as Festas Culturais do Concelho, realçando-se na Ribeira Quente as "Festas do Chicharro"; a NOW I implantou no mesmo o "Grupo Folclórico de São Paulo" que hoje tem a sua autonomia bem vinculada; a TERRA-MAR faz um grande festival para o Desenvolvimento Local no Concelho de Povoação, concentrando na Vila a maior parte das forças de expressão económica e cultural, envolvendo todas as freguesias do concelho; cria um balcão de artesanato no Sol-Mar em Ponta Delgada, e candidata-se ao LEADER II com um projecto de nome MADRE, que foi aprovado para atingir a Ribeira Quente na dinâmica de Desenvolvimento Integrado; os Escuteiros que animavam o desporto, permitiram fundar-se a Associação Cultural Desportiva de nome MARÉ - VIVA, que liderou muitos anos as "Festas do Chicharro" e torneios de desporto que movimentaram e ainda hoje movimentam centenas de jovens.
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