sexta-feira, 29 de agosto de 2008

ANO DE 1959 / PADRE SILVINO AMARAL


Depois de apenas 4 anos como pároco da sua terra natal, a freguesia de São Paulo da Ribeira Quente, o Reverendo Padre Anter Jacinto de Melo é nomeado pela Diocese dos Açores, como Assistente dos Emigrantes Católicos Portugueses no Canadá (açorianos, logicamente).

Para o substituir, foi nomeado pároco da Ribeira Quente, o Reverendo Padre Silvino Amaral, nascido no Lugar do Morro, da Vila da Povoação.

Ordenado presbítero em Angra, a 15 de Junho de 1958, o Padre Silvino celebrou a sua Missa Nova na Igreja Matriz da Vila da Povoação, seu lugar de nascimento, a 29 do mesmo mês e ano.

Frequentou, o Padre Silvino, o Post-Seminário durante o ano lectivo de 1958/59 e, em Julho de 1959, recebeu, de D. Manuel Afonso de Carvalho, a nomeação para paroquiar São Paulo da Ribeira Quente.

Tomou, este então novel sacerdote, posse da paróquia para que fora nomeado, a 1 de Agosto de 1959.

Foi o Padre Antero quem o apresentou ao seu povo.

Durante cerca de 6 meses, o padre substituído ainda permaneceu na Ribeira Quente, na situação de férias, até que depois partiu para a Cidade de Nelson, Canadá.

A herança deixada pelo Padre Antero, ao Padre Silvino, foi composta por um povoado altamente sobrepovoado para a sua pequena dimensão urbana situada entre o mar e a rocha com uma população que continuava a ser pobre e sempre circunscrita aos baixos rendimentos arrancdo ao mar, porque não tinha outra alternativa; um povo que aceitava, como sempre, a sua situação, como algo marcadamente imposto pelo destino.

A pesca continuava a ser, embora já melhorada, apenas um meio de sobrevivência e, os homens do campo, também continuavam a depender de jornas pobres e incertas.

Foi assim, nesta situação de velada pobreza, que este então novo pároco aceitou aquilo que a sua vocação lhe incumbiu. Foi a aceitação de um povo materialmente pobre mas altamente rico em simplicidade, de profunda fé em Deus e seu Senhor São Paulo; um povo que, ao longo da sua história encoberta, sempre deu provas de ser possuidor de uma denodada vontade de trabalhar.

É o próprio Padre Silvino, quem assim descreve este povo no livro "RIBEIRA QUENTE O PASSADO E FUTURO":


"Logo que cheguei à Ribeira Quente - dia 1 de Agosto 1959 - deparei com uma freguesia que oferecia um cenário de abandono, bem expresso nas suas casas de construção pobre, quase todas terreiras, sem quartos de banho, sem saneamento básico geralmente sem água para as zonas mais altas".

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