terça-feira, 16 de setembro de 2008

VISITA PASTORAL DE 1979 - D. AURÉLIO GRANADA ESCUDEIRO


A 25 de Março de 1979, fiz a Visita Pastoral à Paróquia de São Paulo da Ribeira Quente, Ilha de São Miguel. Muito povo, praticamente todas as pessoas válidas, estiveram presentes, decorrendo a visita em ambiente de simplicidade, alegria e fervor religioso.
Na Eucaristia, que centralizou a Visita, houve celebração do Sacramento da Confirmação, parecendo boa a preparação dos confirmandos e a do povo em geral, pelo que felicito o Rev. Padre Silvino Amaral, Pároco, e quantos com ele cooperaram nessa preparação.
Visitei os doentes da paróquia, todos com boas disposições espirituais e que sei serem cuidadosamente assistidos pastoralmente.
Nota-se haver alguma pobreza, sendo as casas muitas delas necessitadas de melhorias gerais, muito se impondo um esforço comum das habitações e das ruas da freguesia. Unindo esforços, pedindo ajuda às entidades competentes, muito se poderá fazer, já que não faltarão boas vontades, capacidades de acção e de dedicação, da parte do bom povo da Ribeira Quente. Aparecendo alguns que comecem e dêem exemplo, outros os seguirão, por certo.
No Salão paroquial houve demorado encontro com representantes de Obras e Movimentos paroquiais.
O Conselho Administrativo da paróquia tem suas reuniões normais, colabora ordenadamente com o seu pároco e responsabiliza-se pela festa do Padroeiro. estuda-se presentemente a possibilidade de, a título precário e sem perda de direito de propriedade, se ceder um terreno para vir a servir para escola e jardim infantil.
O Conselho Pastoral de paróquia, de constituição recente, ensaia bons passos de acção.
A Catequese está bem constituída, embora precisasse de mais catequistas, sendo ideal que também homens e rapazes colaborem em apostolado tão importante, para isso se devendo oferecer e preparar. As crianças são assíduas.
Bom será fazer mais algumas reuniões para pais, além das que já se fazem; e é de desejar que, na medida do possível, se consigam meios audiovisuais para melhorar o ensino da catequese, além de adaptar salas para esse ensino.
A Acção Católica Rural (ACR) recomeçou há não muito tempo a sua actividade, o que é de louvar, esperando-se que mantenha o bom espírito apostólico e outras pessoas, inclusive casais, se inscrevam para não só exercerem um apostolado no meio, que é indispensável, mas se formarem humana e cristãmente.
Bom será que, com certa regularidade, façam reunião geral para filiadas e pessoas do meio, e cada militante procure actuar com o pequeno grupo do meio onde vive.
A JACF está organizando-se e matém suas reuniões regulares. Bom será que aprofunde a prática da revisão de vida e alargue cada elemento da sua acção ao trabalho dos grupos naturais.
Estes dois movimentos, com a colaboração dos demais existentes na paróquia, muito bem poderão fazer, sobretudo na formação humana e cristã das pessoas do meio, que amanhã poderão vir a ter acção de líderes junto da povoação, ajudando-a à necessária promoção humana e cristã. Farão isto sem em nada desviarem das suas finalidades apostólicas, mas precisamente seguindo o método dos movimentos a que pertencem.
Há razoável grupo de adolescentes, com reuniões regulares. Bom será que, pouco a pouco, esses adolescentes vão sendo lançados em acção apostólica à sua maneira.
Estão organizados os jovens que se reúnem por grupos de reflexão a que se seguem plenários para discussão dos temas. Mantendo esse ritmo, bom será procurarem esses jovens ter preocupação apostólica junto dos outros jovens e do meio em geral.
A Liga Eucarística tem razoável número de elementos, sendo fiel aos compromissos próprios, o que é de louvar.
O Grupo Coral tem certo nível e possibilidades, muito podendo ajudar o povo, que já participa, a melhorar a sua participação, para o que convirá promover pequenos ensaios com ele, aos Domingos.
Tem vida e actividade apreciável o CNE paroquial, muito se devendo esperar da sua acção. Merece a compreensão e apoio de todos.
Fez-se preparação dos jovens para o matrimónio, assim como a de pais e padrinhos para o baptismo de filhos e afilhados. É de esperar que alguns casais se ofereçam para, convenientemente preparados, poderem dar a sua necessária cooperação nesse importante trabalho, hoje só a cargo do Rev. Pároco.
Bom será retomar-se a organização de casais, com reuniões próprias em que muitos casais participem, assim se preparando para o cabal desempenho dos deveres de educadores da fé dos filhos e do testemunho como casais cristãos, além do cumprimento dos deveres próprios.
Para as viúvas, poderá organizar-se o MEV, que muito ajudará cada uma moral e apostolicamente.
Felicitando Pároco e paroquianos, mormente os mais responsabilizados, sobre todos invoco as melhores bençãos de Deus.

Ribeira Quente, 25 de Março de 1979

Aurélio, Bispo de Angra

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